Vitória<br>do Socialismo e dos povos de todo o mundo

Di­ri­gida contra a União So­vié­tica pelas po­tên­cias ca­pi­ta­listas, a agressão nazi-fas­cista é der­ro­tada graças ao es­forço he­róico de mi­lhões de so­vié­ticos e re­sis­tentes nos ter­ri­tó­rios ocu­pados, que de­fendem a pá­tria do pro­le­ta­riado mun­dial e abrem ca­minho para um novo pe­ríodo de lutas contra o co­lo­ni­a­lismo e pela eman­ci­pação so­cial, por um mundo de paz, pro­gresso e co­o­pe­ração entre os povos.

Ja­mais será der­ro­tado um povo em que os ope­rá­rios e os cam­po­neses, na sua mai­oria, sabem, sentem e vêem que de­fendem o seu poder so­vié­tico – o poder dos tra­ba­lha­dores, que de­fendem uma causa cuja vi­tória lhes as­se­gu­rará, a eles e aos seus fi­lhos, a pos­si­bi­li­dade de usu­fruir de todos os bens da cul­tura, de todos os frutos do tra­balho hu­mano.

V. I. Lé­nine


Quando em Março de 1938 a Ale­manha anexa a Áus­tria, as po­tên­cias im­pe­ri­a­listas nada fazem. O mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da França, Bonnet, dirá mesmo ao re­pre­sen­tante di­plo­má­tico nazi em Paris que «o go­verno francês aprecia os es­forços sin­ceros em­pre­en­didos pelo go­verno alemão a bem da paz». Em Maio desse mesmo ano, as hordas hi­tle­ri­anas con­cen­tram-se junto à fron­teira com a Che­cos­lo­vá­quia e Hi­tler re­clama so­be­rania sobre a re­gião dos Su­detas.

Tal como a França, também a URSS tinha um pacto de ajuda mútua com a Che­cos­lo­vá­quia. O poder so­vié­tico pron­ta­mente des­locou um con­junto de forças mi­li­tares e apelou a Paris que fi­zesse o mesmo a Oci­dente. O ob­jec­tivo é dis­su­adir a Ale­manha de in­vadir a Che­cos­lo­vá­quia. A França não apenas não res­pondeu à ini­ci­a­tiva de Mos­covo, como ainda ins­tigou o go­verno checo a re­cusar qual­quer ajuda so­vié­tica.

Mais, a 29 de Se­tembro de 1938, Hi­tler, Mus­so­lini, Cham­ber­lain (pri­meiro-mi­nistro bri­tâ­nico) e Da­la­dier (pri­meiro-mi­nistro francês) en­con­tram-se em Mu­nique e as­sinam um pacto. Do en­contro são ex­cluídos a URSS e a Che­cos­lo­vá­quia, que aca­bará des­mem­brada e en­tregue a Hi­tler em re­sul­tado da traição da bur­guesia in­ter­na­ci­onal.

No dia se­guinte ao Pacto de Mu­nique, Cham­ber­lain es­ta­be­lece com Hi­tler um tra­tado de Paz. Em De­zembro de 1938, a França fará o mesmo que a In­gla­terra. Acordos idên­ticos são fir­mados com o Japão.

Na Pri­ma­vera e Verão de 1939, a pá­tria do pro­le­ta­riado mun­dial fará su­ces­sivas ten­ta­tivas junto dos go­vernos de Lon­dres e Paris para a cons­ti­tuição de uma frente an­ti­fas­cista que con­tenha as agres­sões alemãs na Eu­ropa. Re­cusas, adi­a­mentos, ma­no­bras de bas­ti­dores, o envio a Mos­covo de emis­sá­rios sem po­deres para ne­go­ciar, tudo foi feito pela França e pela In­gla­terra para in­vi­a­bi­lizar o des­fecho de­se­jado pela di­recção so­vié­tica. Com tal ati­tude, os go­vernos francês e in­glês es­pe­zi­nham mesmo a opi­nião dos seus povos, que na al­tura se pro­nun­ciam, por mai­oria es­ma­ga­dora, fa­vo­rá­veis ao en­ten­di­mento com a URSS.

As po­tên­cias ca­pi­ta­listas apontam a Hi­tler o ca­minho da guerra contra o pri­meiro Es­tado so­ci­a­lista do mundo, que em es­cassas dé­cadas não apenas havia con­se­guido ar­rancar mi­lhões de seres hu­manos da ser­vidão e da mi­séria ex­trema tor­nando-os su­jeitos da his­tória e fa­ze­dores do seu pró­prio des­tino, como se trans­for­mava num exemplo para os tra­ba­lha­dores e os povos que se lan­çavam na luta por uma so­ci­e­dade justa e de­sen­vol­vida que abo­lisse a ex­plo­ração de classe.

 

Pre­parar a de­fesa

 

Neste con­texto, a URSS não teve outra hi­pó­tese senão res­ponder às in­sis­tentes mis­sivas di­plo­má­ticas alemãs para o es­ta­be­le­ci­mento de um acordo de paz. O pacto de não-agressão com a Ale­manha, as­si­nado por Mo­lotov e Rib­ben­trop, em Agosto de 1939, dá à União So­vié­tica 21 meses para pre­parar a sua de­fesa. A já muito de­sen­vol­vida in­dús­tria pe­sada da URSS con­centra-se nesse es­forço e a pro­dução de armas e equi­pa­mentos mi­li­tares é ace­le­rada, algo só pos­sível fruto do ex­tra­or­di­nário pro­gresso que a eco­nomia so­ci­a­lista co­nheceu após a co­lec­ti­vi­zação da terra e o au­mento ex­po­nen­cial da sua ren­ta­bi­li­dade, e a im­ple­men­tação dos planos quin­que­nais. A in­dús­tria mi­litar so­vié­tica cres­cerá 39 por cento entre 1939 e 1941. A res­tante in­dús­tria pe­sada cres­cerá 13 por cento.

Uma fa­çanha ex­tra­or­di­nária é a trans­fe­rência para Ori­ente (Urais e Si­béria) de 1523 em­presas in­dus­triais, das quais 1360 grandes fá­bricas. Tudo isto foi con­se­guido pela di­recção so­vié­tica de então, ga­ran­tindo ao povo e aos tra­ba­lha­dores o que o ca­pi­ta­lismo nunca ga­rantiu: acesso ao tra­balho, ao des­canso, à ins­trução, à pre­vi­dência so­cial, entre ou­tros di­reitos con­sa­grados na Cons­ti­tuição da URSS apro­vada em 1936.

 

A «guerra es­tranha»

 

A 1 de Se­tembro de 1939, Hi­tler or­dena a in­vasão da Po­lónia. Em poucos dias, o exér­cito po­laco, cujas altas pa­tentes ha­viam re­cu­sado o au­xílio da URSS, é co­pi­o­sa­mente ba­tido. Se­manas antes, a Grã-Bre­tanha havia pro­posto ao go­verno de Var­sóvia que acei­tasse a exi­gência nazi de obter uma linha de li­gação entre a Prússia Ori­ental e a Ale­manha. A Po­lónia re­cusa, sa­bendo que tal sig­ni­fi­caria o de­sa­pa­re­ci­mento do seu acesso ao Mar do Norte e fi­ando-se na ali­ança mi­litar que tinha com Lon­dres e Paris.

Pe­rante a agressão à Po­lónia, Grã-Bre­tanha e França de­claram guerra à Ale­manha (os EUA de­claram-se neu­trais), mas tal pre­núncio é me­ra­mente formal. Du­rante nove meses, a su­pe­ri­o­ri­dade mi­litar avas­sa­la­dora da França e da Grã-Bre­tanha a Oci­dente face às tropas hi­tle­ri­anas não se faz sentir. Pos­te­ri­or­mente, no jul­ga­mento de Nu­rem­berga, o ge­neral nazi Jodl sin­te­ti­zará a si­tu­ação de forma la­pidar: «Se não fomos der­ro­tados na Po­lónia em 1939 isso deveu-se apenas a que no Oci­dente, no pe­ríodo da cam­panha po­laca, 110 di­vi­sões fran­cesas e in­glesas se “opu­nham” em com­pleta inacção a 25 di­vi­sões alemãs».

Este ab­surdo mi­litar só se pode com­pre­ender con­si­de­rando o facto de a  ocu­pação da Po­lónia co­locar a Ale­manha nazi em con­tacto com a fron­teira da URSS. «Guerra à Rússia» era a pa­lavra de ordem do grande ca­pital mun­dial. Até Abril de 1940, os go­vernos bri­tâ­nico e gaulês mantêm mais de 160 con­ver­sa­ções com a di­recção nazi pro­cu­rando chegar a um acordo que os de­mi­tisse da luta an­ti­fas­cista. Em França e In­gla­terra são mesmo cri­adas a le­gião ucra­niana e as uni­dades na­ci­o­nais de cau­ca­si­anos. Em De­zembro de 1939, ambas as po­tên­cias ca­pi­ta­listas dis­põem-se a en­viar 150 mil ho­mens para au­xi­liar a Fin­lândia fas­cista na guerra contra a URSS.

A cru­zada anti-so­vié­tica é evi­dente, mas a Ale­manha sabe que ainda não está pre­pa­rada para en­frentar o po­de­roso exér­cito ver­melho no vasto ter­ri­tório da Rússia. Assim, con­tando com a traição da grande bur­guesia dos países da Eu­ropa Oci­dental, Hi­tler ocupa, sem re­sis­tência, entre Abril de 1940 e Junho desse ano, a Di­na­marca, a No­ruega, a Ho­landa, a Bél­gica, o Lu­xem­burgo, a França e os Balcãs. A má­quina de guerra nazi treina ope­ra­ções em larga es­cala, ab­sorve re­cursos e monta uma re­ta­guarda es­sen­cial à cam­panha a Leste.

O go­verno gaulês tem, neste pe­ríodo, um com­por­ta­mento ver­go­nhoso. Ca­pi­tula em toda a linha e es­ta­be­lece um re­gime co­la­bo­ra­ci­o­nista em apenas um terço do ter­ri­tório da França; com­pro­mete-se a pagar as des­pesas da ocu­pação alemã nos res­tantes dois terços; or­dena o de­sar­ma­mento do seu exér­cito e fica im­pá­vido quando a Grã-Bre­tanha re­tira 330 mil sol­dados de Dun­querque, ali es­ta­ci­o­nados para au­xilio ao exér­cito francês.

 

O nazi-fas­cismo é der­ro­tado

 

O início da cam­panha a Leste as­si­nala o prin­cípio do fim das am­bi­ções nazi-fas­cistas de do­mínio mun­dial. Ocu­padas dez na­ções eu­ro­peias e der­ro­tados exér­citos de mi­lhões de ho­mens, o co­mando hi­tle­riano pre­para, desde o Verão de 1940, a «Ope­ração Bar­bar­rossa».

Para tal contam com uma força mi­litar sig­ni­fi­ca­ti­va­mente su­pe­rior. Di­fundem entre as tropas nazis o mito da in­ven­ci­bi­li­dade da Wer­macht. Aos sol­dados é or­de­nado que des­truam dentro de si «toda a pi­e­dade e com­paixão» e matem «cada russo, cada so­vié­tico sem olhar se é velho, mu­lher, me­nino ou me­nina», mons­tru­o­si­dade ates­tada por um do­cu­mento en­viado pelo co­mando nazi para a Frente Leste. A guerra é igual­mente de es­po­li­ação e a Ale­manha or­dena que se ob­te­nham «o má­ximo de ví­veres e pe­tróleo». A re­gião do Cáu­caso é pri­o­ri­tária.

Quando em 22 de Junho de 1941 as hordas nazi-fas­cistas atacam em toda a linha, têm a seu lado 37 di­vi­sões de ro­menos, hún­garos, fin­lan­deses e, mais tarde, ita­li­anos. A URSS com­bate so­zinha.

Nas pri­meiras se­manas o avanço é rá­pido e pa­rece con­firmar a pro­pa­gan­deada «guerra re­lâm­pago» de 8 a 10 se­manas. Puro en­gano. Os nazis têm di­ante de si o que nunca ha­viam en­fren­tado. Um povo in­teiro re­siste como pode, de­fende cada palmo da pá­tria de Lé­nine. Pe­quenas lo­ca­li­dades e postos avan­çados da URSS custam mais vidas e meios aos exér­citos nazi-fas­cistas que a to­mada de Paris. «Os russos com­batem em toda a parte até ao úl­timo homem», ad­mite o es­tado-maior alemão para a Frente Leste em men­sagem di­ri­gida a Berlim.

No pri­meiro mês, o exér­cito ver­melho e a re­sis­tência po­pular des­ba­ratam 40 a 50 por cento das uni­dades me­ca­ni­zadas alemãs. A ve­lo­ci­dade de pe­ne­tração das hordas hi­tle­ri­anas no ter­ri­tório so­vié­tico reduz-se dras­ti­ca­mente ao fim de três se­manas. Smo­lensk foi o pri­meiro grande obs­tá­culo.

 

Nomes he­róicos

 

Ao con­trário do que su­cedia nos países bur­gueses, os sol­dados so­vié­ticos não de­sistem. Atrás das li­nhas avan­çadas hi­tle­ri­anas ficam bolsas de re­sis­tência que des­ba­ratam cen­tenas de mi­lhares de sol­dados e imo­bi­lizam di­vi­sões in­teiras. Kiev de­fende-se du­rante meses. Odessa re­cusa en­tregar-se e só por ordem do Co­mando Su­premo as tropas so­vié­ticas eva­cuam or­de­na­da­mente para a Cri­meia. Se­bas­topol ba­ta­lhará du­rante 250 dias e noites desde o fim de Ou­tubro de 1941. Le­ni­ne­grado su­portou o ini­ma­gi­nável: 900 dias de blo­queio, com­bates es­go­tantes e um epi­sódio glo­rioso da Grande Guerra Pá­tria. O he­róico es­forço dos sol­dados e das po­pu­la­ções per­mitiu abrir uma brecha no cerco nazi através do ge­lado Lago Lá­doga, co­nhe­cido como Ca­minho da Vida porque por ele a ci­dade foi abas­te­cida e mais de um mi­lhão de cri­anças, idosos, mu­lheres e fe­ridos foram eva­cu­ados, es­ca­pando à morte por ina­nição.

O con­tin­gente que ci­men­tava as Forças Ar­madas so­vié­ticas, as mi­lí­cias po­pu­lares ar­madas, os re­gi­mentos es­pe­ciais, as co­mis­sões de for­ti­fi­cação das li­nhas de de­fesa das ci­dades, eram os mem­bros do Par­tido e da ju­ven­tude co­mu­nista (Kom­somol), os quais se es­timam em cerca de 3 mi­lhões de in­cor­po­rados.

Atrás das li­nhas ini­migas, re­sis­tiam te­naz­mente mais de mil des­ta­ca­mentos guer­ri­lheiros, força de tal forma im­por­tante e or­ga­ni­zada que em Março de 1942 foi criado o es­tado-maior cen­tral do mo­vi­mento guer­ri­lheiro.

 

Vi­ragem na guerra

 

Go­rada a «guerra re­lâm­pago», os exér­citos nazi-fas­cistas apostam numa in­ves­tida em cunha sobre Mos­covo. A ba­talha inicia-se a 30 de Se­tembro de 1941. A 20 de Ou­tubro a si­tu­ação é crí­tica. As tropas nazi-fas­cistas ame­açam tomar a ci­dade. São eva­cu­ados o corpo di­plo­má­tico, ins­ti­tui­ções go­ver­na­men­tais, uni­dades pro­du­tivas de ma­te­rial bé­lico, in­ves­ti­gação e ci­ência. O Bu­reau Po­lí­tico do Par­tido, o Co­mité de De­fesa do Es­tado, o Co­mando Su­premo, o Es­tado-Maior Ge­neral per­ma­necem apesar de re­pe­tidos con­se­lhos para aban­do­narem Mos­covo.

A de­cisão re­vela-se acer­tada e, com os nazis a es­cassas de­zenas de qui­ló­me­tros, a di­recção so­vié­tica or­ga­niza as co­me­mo­ra­ções do 24.º ani­ver­sário da Re­vo­lução de Ou­tubro. Stá­line chama o povo e os mi­li­tares a avan­çarem para a vi­tória sob a ban­deira de Lé­nine. Em De­zembro, os nazi são re­cha­çados. Quebra-se o mito da in­ven­ci­bi­li­dade da Wher­macht. O moral dos co­mu­nistas e do povo so­vié­tico eleva-se.

Daí em di­ante, os exér­citos nazi-fas­cistas perdem po­si­ções até serem re­cha­çados para o seu covil. As ba­ta­lhas de Sta­li­ne­grado (cujos com­bates se ini­ci­aram em Junho de 1942 e ter­mi­naram em 2 de Fe­ve­reiro de 1943 com a ren­dição total das tropas hi­tle­ri­anas sob co­mando do recém pro­mo­vido ma­re­chal-de-campo Von Paulus) ou Kursk (Julho e Agosto de 1943) con­so­lidam a marcha do exér­cito ver­melho que, até chegar a Berlim no Dia In­ter­na­ci­onal do Tra­ba­lhador, a 1 de Maio de 1945, li­ber­tará mi­lhões de seres hu­manos da opressão nazi em di­versos países - nos quais os par­tidos co­mu­nistas e o mo­vi­mento ope­rário foram a força de­ter­mi­nante na re­sis­tência, gran­je­ando o pres­tígio e a au­to­ri­dade que es­taria na base da cons­trução das de­mo­cra­cias po­pu­lares in­te­gradas no Sis­tema So­ci­a­lista Mun­dial.

Li­ber­tados são ainda mi­lhões de seres hu­manos que, nos campos de con­cen­tração, so­bre­vi­veram ao ge­no­cídio em massa, aos tra­ba­lhos for­çados ou às ex­pe­ri­ên­cias «mé­dicas».

O exér­cito e o povo so­vié­ticos ani­qui­laram, entre 1941 e 1945, mais de 78 por cento das di­vi­sões e 75 por cento da avi­ação, ar­ti­lharia e tan­ques nazis.

 

Co­li­gação anti-hi­tle­riana

 

As vi­tó­rias da URSS em 1942 e 1943 ti­veram o condão de des­blo­quear a acção das po­tên­cias ca­pi­ta­listas. Pri­meiro, em Junho de 1943, forças anglo-ame­ri­canas de­sem­barcam na Si­cília e, em Se­tembro desse mesmo ano, in­vadem o Sul de Itália. Mus­sol­lini será preso e fu­zi­lado pelos par­ti­zans um ano e meio de­pois, a 28 de Abril de 1945.

Em No­vembro/​De­zembro de 1943, em Te­erão, In­gla­terra e EUA con­cordam com a URSS em abrir uma Frente Oci­dental. A de­cisão só virá a ser con­cre­ti­zada com o de­sem­barque na Nor­mandia, a 6 de Junho de 1944. As po­tên­cias ca­pi­ta­listas pre­tendem chegar a Berlim antes da União So­vié­tica.

Apesar desse ob­jec­tivo, con­fir­mado pela pos­te­rior in­tran­si­gência dos EUA, Grã-Bre­tanha e França em di­vi­direm a Ale­manha (em cujos ter­ri­tó­rios ad­mi­nis­trados re­cu­peram mi­lhares de cri­mi­nosos nazis), se­dentos dos des­pojos de guerra, mi­lhares de sol­dados norte-ame­ri­canos e bri­tâ­nicos ba­teram-se bra­va­mente acre­di­tando que de­fen­diam uma causa justa – a paz, a de­mo­cracia e a li­ber­dade contra a bar­bárie nazi.

 

Novo ciclo da luta de classes

 

Quando a 8 de Maio os ge­ne­rais ale­mães as­sinam a ren­dição in­con­di­ci­onal, mais de 50 mi­lhões de mortos jazem nos es­com­bros de uma Eu­ropa ar­ra­sada. 27 mi­lhões são so­vié­ticos.

Ul­tra­pas­sados os com­bates da maior guerra im­pe­ri­a­lista de todos os tempos, os povos acre­ditam ter en­cer­rado um ca­pí­tulo negro da his­tória da hu­ma­ni­dade. A URSS e o co­mu­nismo al­cançam a ad­mi­ração ge­ne­ra­li­zada.

Nos anos que se se­guem, com a fra­ter­ni­dade in­ter­na­ci­o­na­lista da União So­vié­tica, mi­lhões de seres hu­manos ex­pulsam o co­lo­ni­a­lismo e dão novas na­ções ao mundo. Muitos lançam-se na cons­trução de so­ci­e­dades mais justas e de­sen­vol­vidas. Al­guns em­pre­endem pro­jectos trans­for­ma­dores cujo ob­jec­tivo é er­ra­dicar a ex­plo­ração de classe.

Mais uma vez, a grande bur­guesia in­ter­na­ci­onal não pode aceitar o triunfo e o pres­tígio dos con­ti­nu­a­dores da Re­vo­lução de Ou­tubro. Com o Japão já der­ro­tado, os EUA lançam sobre Hi­roshima e Na­ga­saki, a 6 e 9 de Agosto de 1945, res­pec­ti­va­mente, duas bombas ató­micas. Cen­tenas de mi­lhares morrem. As se­quelas per­ma­necem du­rante ge­ra­ções.

Inicia-se a chan­tagem nu­clear e mi­litar que os EUA e as de­mais po­tên­cias im­pe­ri­a­listas usarão para blo­quear os avanços po­lí­ticos, eco­nó­micos e so­ciais do so­ci­a­lismo na URSS.

Das con­fe­rên­cias de Yalta (4 a11 de Fe­ve­reiro) e Potsdam (17 de Julho a 2 de Agosto) re­a­li­zadas em 1945, sai a ar­qui­tec­tura do edi­fício da paz e do Di­reito In­ter­na­ci­onal e a cri­ação da ONU. Mas ainda a co­li­gação anti-nazi não havia sido es­que­cida, e já os im­pe­ri­a­listas norte-ame­ri­canos e bri­tâ­nicos apon­tavam o dedo à URSS.

Em Março de 1946, Chur­chil re­cu­pera a ex­pressão da pro­pa­ganda nazi «cor­tina-de-ferro», e dá o tiro de par­tida para in­ves­tidas pla­ne­tá­rias contra os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e dos povos opri­midos, a sua uni­dade e or­ga­ni­za­ções, e para o uso de todos os meios que cum­pram o ob­jec­tivo de con­so­lidar as forças do ca­pital e uma «nova ordem mun­dial».


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